Quando tinha uns 7 anos fiz, o que considero, minha primeira melhor amiga. Estávamos na pré escola e dividíamos tudo: o lanche, os finais de semana uma na casa da outra e as brincadeiras no parquinho.
Quando essa amiga mudou de escola, eu fiquei indignada. Me senti ‘deixada pra trás‘ e, com minha cabeça infantil e confusa, acreditei que ela não havia se importado ou ligado pra mim, porque estava ‘até empolgada‘ com a escola nova.
Claro que, foi graças a saída dela, que comecei a me envolver mais com outras pessoas da sala de aula e desenvolvi novas amizades, que seriam sim -diferentemente da dela-, amizades que eu levaria para a minha vida adulta. Mas é claro que eu não fazia ideia disso na época, e por quê?!
Porque ninguém me explicou que TAVA TUDO BEM. Ninguém colocou junto do manual ~fazer amigos~ o fato de que MUITAS vezes, as amizades, assim como os relacionamentos amorosos ou o emprego dos sonhos, não duram para sempre, embora seja isso que almejamos.
Alguns –vários– anos depois, aconteceu de novo, dessa vez com uma outra amiga, e mais uma vez, eu me apeguei nos detalhes, tentei me fechar para que as outras pessoas não pensassem que eu estava me tornando amiga delas por carência, ou por saudades.
Imaginem que loucura: eu estava me culpando por ter feito aquela amiga e por aquela amizade ter acabado.
Só chegando na vida adulta -quem vê, até pensa- foi que comecei a repensar em cada um dos meus posicionamentos em relação as minhas amizades.
Comecei então, a procurar semelhanças entre meus amigos em comum.
Tenho uma turma do primário, amigos de mais de 15 anos. Tenho uma amiga que trouxe consigo, pra minha vida, vários outros. Tenho amigas distantes, mas que quando encontro, são como se nada nunca tivesse mudado. Amigos de amigos que se tornaram amigos.
Pessoas aleatórias do grupo mais esquisito da sala da faculdade, amigos da blogosfera, amigos de diversas escolas em que estudei, amigos de balada, amigos dos trabalhos em que passei.
Tenho amigos que eu adoraria ter feito, outros que me arrependi de não dar devido valor e outros, bom, outros que eu nem gostaria de ter conhecido.
E sabe de uma coisa?
TÁ TUDO BEM.
Tá tudo bem aceitar que as coisas boas também acabam!
Tudo bem exaltar e querer ficar mais tempo com aquela amiga que te ajuda a programar férias (mesmo quando ela não vai junto), que senta pra ver vídeos no Youtube, que te leva pra comer pastel, que te ajuda a escolher a roupa pro date.
Aqueles amigos especiais que tiram print de bichinhos fofos, te mandam áudio quando ouvem sua música favorita no rádio, passam na sua casa ‘só pra ver se você tá bem‘.
São eles que lembram de você quando vêem algo que ‘é a SUA cara‘, querem fazer um role gordinho com pizza ou precisam de um ombro pra chorar (e muitas vezes, cedem o deles quando é ao contrário).
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Amigo que é amigo não precisa estar o tempo todo presente.
Amizade, esse presente singelo, que ninguém ensina pra gente direito o que é, pode vir dos lugares mais inusitados. Pode vir (se você tiver sorte, como eu) dos seus irmãos, dos seus primos, do namoradx, dos seus chefes… Amizade é o simples fato de se importar, respeitar e ter vontade de estar perto, de compartilhar tudo.
Aprender tudo isso doeu –e muitas vezes ainda dói-, porque foi resultado de pessoas que eu deixei pra trás e de vezes em que fui deixada também, mas valeu cada segundo porque também foi resultado de muita história boa, muitas escolhas incríveis e muitos momentos que enchem meu coração de amor, paz e serenidade.
Por isso –e por todo o resto– obrigada migos!♥